domingo, 28 de novembro de 2010

Os três Eus




Os três eus

            Estamos em cima do símbolo de ing e yang. Nós três: meu eu criança, o adulto e o sábio. Estou um pouco assustado. Meu eu criança está parado e normal; ele deve vir aqui mais vezes que eu. O sábio esta ao lado dele, com uma das mãos em seu ombro oposto. Como se fossem pai e filho. Seja o que é que tenha acontecido aqui, não é bom.

            - O que é dessa vez?

            Meu eu mais velho apontou algo para a criança e virou-se para trás.

            - Venha ver você mesmo.

            Caminhei em direção a eles, quando me aproximei percebi que havia uma tela, uma espécie de lago em frente a eles e que passavam cenas de quando eu era criança e bebê.

            - Época boa essa. – comentei.

            - E por que ela era boa? – ele indagou, lá vinha mais uma lição que eu ainda não tinha aprendido.

            - Porque eu não me preocupava com nada. Só queria saber de me divertir.

            - Ou seja, você vivia apenas o hoje, sem se preocupar com o amanhã.

            - É. – confirmei.
           
            - E porque você era assim? Você tem alguma noção?

            - Porque eu não tinha responsabilidades.

            - Sim, e também porque você não as conhecia. E por acaso você sabe porque não as conhecia?

            - Eu era criança e elas tem o costume de serem ingênuas.

            - Exato. E essa característica é obra da inocência.

            - Aonde você quer chegar?


            - Uma pessoa muito feliz possui responsabilidades mas não possui problemas, porque aprendeu a lhe dar com eles ou tirar o melhor de cada um. Ela se preoculpa com os outros mas nem por isso sente-se triste, porque sabe que esta fazendo sua parte para ajuda-los. Ela acha graça ou ignora qualquer coisa que tente rebaixa-la. E quando eu digo ignorar, não é no sentido de ouvir e esquecer, de ser atingido e se mostrar forte, mas, de não atingir o seu égo. Todos os males do ser humano são provenientes dele, basta buscar á fundo o que é exatamente cada defeito e verás. Aqueles que não o possuem são completamente felizes, mas isso é praticamente impossível de acontecer, sempre haverá um pouco. Então deve saber administrá-lo, reduzi-lo o quanto for possível. Crianças se sentem felizes e riem atoa porque não se importam com isso, porque elas possuem esse direito, por assim dizer. Uma espécie de green card, que permite ela fazer o que quiser, contanto que não influencie a vida dos outros. Aonde quero chegar, é que tudo isso é proveniente da liberdade que a criança esbange que se encontra em sua inocência.

            - Deus! Você me confunde ainda mais. Você deveria saber que as pessoas perdem ela com o passar do tempo. A sociedade a faz perder.

            - Sim, assim como a própria história da chapéuzinho vermelho simboliza isso. Acontece que vamos usando a razão e criando imagens e idéias que são fixadas na memória de acordo com o que experenciamos, fazendo nos interpretar coisas que antes nao faziam sentido de modo claro, e, dependendo do tipo de experiência que se teve, atribuimos valores ruins ou bons. Assim, esta claro que perdemos a inocência porque usamos o lado racional do cérebro para atribuir ou classificar tudo que vemos,ouvimos e tocamos. Se, então, conseguimos usar mais o lado emocional, poderiamos reculperá-la.

            - E porquê reculperá-la?

            - Ora! Eu já lhe expliquei isto. Quando a pessoa passa a usar somente o lado racional, ela iguala prazer a felicidade, e satisfaz isso, geralmente, com pósse de algo ou alguém. Tendo que ficar renovando sempre. Isso nao dura muito tempo, acredite. E essa é uma "felicidade" mais da boca pra fóra, do que do ser em si; uma felicidade momentânea. Explicado essa parte. Você já deve entender o motivo de reculpera-la. Mas eu não irei dizer que você irá voltar a pensar ou ser igual uma criança, porque você teria de viver plenamente no emocional para fazer isso, pois as crianças agem somente assim, por impulso e emoção. E eu não teria a audacia em dizer que todas crianças que assim são, são felizes. Seriam, se esse mundo fosse plenamente bom, porém ele não é. Então como poderiamos viver nele e ainda sim atingir um nivel suficientemente bom de felicidade? Equilibrando-se os lados, saber quando se deve usar o lado lógico e o lado emocional, a razão e o sentimento.

            - E isso é possível? - Taylor perguntou com a cara de alguém acaba de descobrir uma grande verdade ou desvendar um polêmico mistério.

            - Ah sim!, isso é possivel. Adquirindo o controle da mente, pois, como disse anteriormente, os dois lados do cérebro fazem parte exclusivamente dela. E se souber controla-la, observa-la e modifica-la, você poderá adquirir essa característica e balanciar os dois lados quando necessário.

            - Como posso conseguir isso?

            - Além da auto-crítica, que é essêncial, apesar de muitas vezes exageramos nos nossos defeitos; só atingira o lado lógico, mas, como você aprendeu antes, existe uma ferramenta que trabalha com os dois lados. E a essa técnica milenar, muito conhecida no Oriente, é denominada Meditação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Relacionados:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...