- Como assim? Você vive achando que é um desenho animado?
- Sim. - ele respondera - Ela também parece um jogo de video-game, e até um filme!
- Não acha que é meio grandinho para pensar desse jeito?
- Tem pessoas que crêem viver num pesadelo, outras, que vivem um sonho. Pessoas que dizem que vivem no inferno, e pessoas que dizem que não vivem... Qual é a diferença? - sua ingenuidade parecia assusta-lá, mas seu argumento era muito bom.
- Ah! Mas isso não é sério, são só modos de dizer.
- Mas basta uma coisa da errado para elas dizerem isso, não é? Imagino que seja muito mais fácil: dizer que perdi e recomeçar, assim como num jogo, do que dizer que meu "sonho" virou um "pesadelo", e mudar ou se conformar com a idéia. Assim como você mesmo disse, são só maneiras diferentes de expressar como vivemos e consideramos a vida...
E foi com essa lembrança e a ultimas palavras do livro, que ele o fechou. Ergueu-se de onde estava, disposto a fazer o mesmo que o personagem principal havia vívido. Seguiu até o balcão da loja de sapatos.
- Bom dia, a senhorita Queiroz, trabalha aqui? - até o jeito como o doutor conversava no livro com seus pacientes ele havia copiado.
- A senhorita o que? - a moça não conhecia o sobre-nome das pessoas que trabalhavam junto com ela. E ele percebeu isso.
- Cristina Queiroz.
- Sim, sim. Mas ela ainda não chegou, se quiser, chamo outra pessoa para lhe atender...
- Não é necessário - ele interrompe - Só entregue este livro a ela e este bilhete, está certo?
- Tudo bem. - "Nem pra comprar um tênis" resmungava internamente.
- Tenha um bom dia, madame.
- Bom dia... - A moça ficara impressionada com a elegância e educação que o moço apresentava. - Não pode ser real... - ela pensara.
Logo quando sua colega chegou, ela entregou o presente do senhor e contou-lhe seus respectivos atributos.
- Não faço a miníma idéia de quem seja - Cristina dizia enquanto sua amiga tagarelava dizendo que ela tinha um namorado. Ela então pegou o bilhete e leu em voz alta, praticamente obrigada por sua querida coleguinha inxirida.
"Senhorita Cristina,
espero que goste do presente.
pag. 152"
- Não tem nenhuma assinatura? - o que era uma suposição, agora havia se confirmado: isso era muito estranho.
- Um admirador secreto? - Amy ficou animada com a idéia.
- Não sei. Em pleno século XXI? Isso parece coisa de pscicopata...
- A para de falar besteira! Você contou que ai tem um numero de uma pagina...
- É verdade. 152.
- Ora! Abra essa página e vamos ver o quanto psicopata esse cara é! - Enquanto Amy brincava, Cristina ficava mais aborrecida.
-Esta bem, esta bem. - passou a atravessar as páginas e parou na 152. Havia uma frase que precedia um capítulo.
"Você quer jogar algo? Que tal brincar com emoções e sentimentos? Vamos! Há um mundo a ser descoberto, você só precisa de um guia."
Se antes era estranho, agora passou a ser bizarro.
- Hum, isso tá me cheirando a conquista no ar.
- Não enche Amy. Já te disse, isso está com cara de psicopata. Acho que vou avisar a polícia.
- A Cris tem um admirador secréto, A Cris tem um admirador secréto... - A essa hora, mais duas garotas já sabiam o que estava acontecendo.
- Dá pra parar por favor.
- Cris, você acha que um psicopata te daria um livro? Ah! faça me o favor, né? Para de imaginar coisas, e continua lendo.
- Acabou... só tinha isso.
- Xii, acho que ele se esqueceu de colocar onde vocês poderiam se encontrar.
- De qualquer jeito, eu não iria mesmo. Agora vou resolver de sair com estranhos por ai? Nem pensar.
E assim termina a algazarra para Cristina e suas amigas. Mas mau sabia ela que aquilo era um começo de algo que ela jamais se esqueceria.
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Fantasy of Love - Capítulo 1: O Desconhecido
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