sábado, 15 de outubro de 2011

O fundo do poço



Olho para cima
Vejo o imenso céu
E as nuvens em fila
Envolta de um anel

Escuro, frio, úmido.
Sólido, grande, cumprido.

Um feixe de luz
Atravessa o circulo
Vermelho, Branco, Azul
Transparente, Amarelo.

Brilhante, Radiante.

Daqui eu posso ouvir
O vento movimentar a grama
Daqui só posso sentir
Meu corpo na lama.

A imagem distorce.
Estou perdendo a visão?
Seria os raios de sol?
Apenas lágrimas de emoção.

De um coração, ou uma esponja?
Que absorveu toda a aguá
Que aqui se encontrava.
Sem deixar um gota, como um concha...

Encheu, Cresceu, Enrijeceu.

Fecho meus olhos
O sol está sobre o anel
Se ao menos eu pudesse me mexer
Não teria que essa luz temer

Pois mesmo fechados
Anseiam por escuridão
Não estão acostumados
Com essa clareação

Na pálpebra, cerrada
Agora choro de raiva.

Por ter me permitido
Um dia, cair nesse buraco.

Quando a noite baixa
Ainda sou capaz de enxergar
As estrelas que habitam
O universo, do lado do luar.

E digo nessa imensidão
"Hoje vou te esperar
E com você compartilhar
Um pouco dessa solidão"

Meus olhos me permitem vê-la
Sem me ferir
Ou seria ela que brilha menos?
Para comigo sorrir?

As vezes aparece bem pouco,
As vezes metade,
As vezes quase completa o globo,
As vezes mostra toda sua formosidade.

As vezes até aparece de dia,
As vezes muda o tom da sua cor,
Na maioria das vezes fica escondida
Parece até a lua, mas é amor

Esperança que não me deixa desistir
Por mais que, as vezes, pareça não existir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Relacionados:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...