segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Mérito Suprimido

Mão Escrevendo

Se me inspiras, a honra é sua
De dar margens de sombra a luz,
E desenhas nas areias de uma baia,
As marcas de uma maré que sobe e abaixa.

És tu, quem da asas ao lápis,
Que se debate para conquistar a liberdade,
De se expressar, de fugir para sua dona,
Que o libertou de sua vida morna,
Dando lhe sentido, motivos para esquecer,
Sua origem, de onde saiu a matéria para ele nascer.
E as mãos insistem em prendê-los,
Conduzindo sua energia em proveito,
Para todos que merece conhecer o segredo,
Do objeto inanimado que foi eleito.

Eleito para guardar em seu interior a essência,
Tornando-a a fonte de subsistência
Da musa, a portadora da aura que hipnotizou,
A madeira, o grafite, o seu interior.

Quando se torna livre, já não quer mais viver,
Deixando tudo para trás ao perceber,
Que nem mesmo a assinatura de sua salvadora,
O autor deixou ao terminar sua obra.


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